Um prédio que estava desocupado desabou parcialmente, no início da manhã desta sexta-feira (1º), no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Ninguém ficou ferido. O edifício Emílio Santos, localizado na Avenida Hélio Falcão, foi interditado pela Defesa Civil municipal em maio do ano passado, após aparecerem rachaduras na estrutura da construção, que tem três blocos, todos do tipo caixão, e 32 apartamentos.
De acordo com a Defesa Civil, que chegou ao local por volta das 8h, os vizinhos ouviram parte da estrutura caindo durante a madrugada. Como não havia mais moradores no prédio, ninguém ficou ferido. Uma equipe do órgão permanece no local para fazer a vistoria técnica. Ainda segundo a Defesa Civil, o que desabou foi uma parte lateral do prédio.
Em 2008, o edifício já havia sido condenado em uma vistoria realizado pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), que apontava como alto o risco de desabamento. De início, apenas o bloco C, onde apareceram as rachaduras, foi desocupado. Logo em seguida, a Defesa Civil também determinou a desocupação dos blocos A e B. Na época, a prefeitura chegou a disponibilizar caminhões para dar suporte na mudança das famílias.
O prédio-caixão foi construído em 1990. Os blocos B e C têm 12 apartamentos cada, enquanto o bloco A possui oito unidades. No ano passado, as rachaduras foram identificadas na alvenaria de elevação da estrutura do bloco C, onde há uma caixa d’água com capacidade para 16 mil litros no topo da construção
Desde 2005, uma ação civil pública ajuizada pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual (MPF e MPPE) obrigou as prefeituras do Grande Recife a realizarem estudos sobre a situação dos prédios-caixão nos municípios. À época, constatou-se que existem cerca de 6 mil construções do tipo na RMR, totalizando cerca de 72 mil apartamentos, onde residem 250 mil pessoas.
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